Eu desenvolvi uma técnica para produzir artesanalmente sacolas plenamente funcionais com reaproveitamento de jornais e papelão.
Levei essa atividade para espaços tão distintos quanto uma penitenciária, centros de reabilitação química, comunidades de periferia, escolas, empresas e grandes eventos.
Investi 8 anos da minha vida na busca da construção de um projeto 100% sustentável, tendo como base um produto realmente ecológico e inovador, adequada para os mais diferentes públicos e buscando afirmar um novo modelo de consumo em sintonia com a Natureza: sacolas recicladas de jornal.
Para isso, segui um caminho inusitado para alguém com formação superior: tornei-me artesão.
Integrando o Programa Gaúcho do Artesanato eu teria completa isenção fiscal para comercializar as sacolas, além de poder emitir notas fiscais de venda como pessoa física, sem a necessidade de constituir uma pessoa jurídica.
Dessa forma, eu evitava uma parte dos percalços que um CNPJ tem na vida de um empreendedor.
De um lado, uma solução 100% sustentável para o problema das sacolas e, do outro, milhares de consumidores e empresas preocupadas com o impacto das sacolinhas plásticas no meio ambiente.
“Não tinha o que dar errado” é o que eu pensava.
Esse meu palpite de sucesso da RECICLAGE estava baseado na análise da questão a partir de 3 grandes eixos:
MATÉRIA-PRIMA ABUNDANTE: Abundante matéria-prima disponível, pois são impressos, distribuídos e descartados mais de 580 milhões todos os dias, em todo Planeta.
TRABALHO E DESEMPREGO: Uma realidade de milhões de pessoas desempregadas que não encontram espaço no mercado de trabalho e que poderiam ter no empreendedorismo uma alternativa de trabalho radicalmente nova, onde não precisariam sair do seu local para trabalhar.
CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA: A crescente conscientização a respeito dos nossos hábitos de consumo que mirava, naquele momento, as sacolas plásticas com o surgimento de uma pressão contra para a diminuição e até mesmo evitar o uso delas, mas a verdade é que, até hoje, continuam sendo distribuídas 1,5 bilhão de sacolas plásticas descartáveis todos os dias no mundo inteiro.
Minha análise me levou a uma conclusão insanamente lógica:
se conseguíssemos transformar todos os jornais usados diariamente em sacolas poderíamos abolir de vez as sacolinhas plásticas.
EM TODO PLANETA.
Eu concordo com o que você pode estar pensando: temos aqui um idealista, um sonhador, um Peter Pan subsidiado.
Quem mais poderia acreditar ser um negócio viável e lucrativo, até menos possível, transformar todos os jornais do mundo em sacolas, sobretudo sem a utilização de máquinas?
Não sei se acreditava de verdade que isso seria possível, mas me nutri no que o Eduardo Galeano falou sobre as utopias. Elas não são metas concretas a se chegar, elas estão lá no horizonte nos orientando em que direção ir.
E isso que estamos falando só do lixo do papel dos jornais. Agora imagine pensar em todo o tipo de lixo que cada um de nós cria diariamente em todo mundo. Acredite, isso não é um morro, mas um dos tantos buracos de lixo que foram sendo feitos com o passar do tempo.
Entre 2007 e 2015, através da sinergia com o mercado e com estabelecimento de diversas parcerias, produzi e comercializei mais de 20 mil sacolas recicladas. O número, em si, é até expressivo, ainda mais tendo-se em vista ser um produto completamente feito à mão.
Mas comparado com os 580 milhões de jornais que silenciosamente transformam árvores em lixo em menos de 24 horas, essas 20 mil sacolas representam 0,034% de todos os jornais descartados diariamente no mundo.
Ou, pra ficar mais claro, em 8 anos de RECICLAGE eu reciclei 0,034% de jornais usados EM 1 DIA em todo Planeta. Isso que estamos falando somente no papel dos jornais impressos…
Apesar da inexpressividade frente ao tamanho abismal que é o problema do lixo e de como consumimos os recursos naturais, eu tenho orgulho do legado construído em torno da marca RECICLAGE.
RESULTADOS
MÍDIA
Em exposição em mídia, é necessário apontar as diversas inserções em TV, jornais e revista de ampla circulação, além da divulgação através da participação em eventos construindo uma marca com milhares de seguidores nas redes sociais Facebook/Twitter.
Destaque para a publicação de tutorial das sacolas recicladas na revista de circulação nacional “Sou Mais Eu”, da Editora Abril, e no programa “Vida e Saúde” (RBS-TV).